Por Isabela Xavier, Jamilly Vaz, Uandyléia Dias e Gabrielle Paiva
A 12ª Parada LGBTQIA+ de Vitória, tem sido alvo de críticas por parte dos ambulantes. Embora a Associação Gold (Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade) tenha publicado um edital de chamamento em 6 de junho para mapear os vendedores, muitos comerciantes se encontraram fora do evento, oferecendo comidas e bebidas a preços acessíveis. Uma das medidas de segurança implementadas pela organização foi a proibição de entrada de bebidas alcoólicas, que só podiam ser vendidas dentro do evento, com preços variando entre R$12 e R$14 para cervejas, por exemplo.
Douglas de Amorim, 35, um ambulante que não conseguiu vender dentro do evento, expressou sua frustração com a falta de comunicação. “Não fiquei sabendo da convocatória e seleção de comerciantes. Essa medida de não poder entrar com bebida no evento pegou todos de surpresa, principalmente o público, que só soube disso durante a revista”, afirma.
“A organização tem que ver se essa medida de segurança foi eficiente, porque grande parte da galera está do lado de fora, poucos estão lá dentro, e muitos voltam para fora por insatisfação”.
Por outro lado, Erickson Nascimento, 40, foi um dos vendedores selecionados para comercializar na Parada. Proprietário de um negócio de smash burgers, ele afirma que a divulgação da convocatória foi bem feita e que no próprio formulário já constava que o edital contemplava apenas a comercialização de alimentos.
“A bebida seria por conta do local e da organizadora da Parada”, explica o comerciante.
A seleção dos vendedores, conforme divulgado no Instagram da organização, priorizou pessoas da comunidade LGBTQIA+, com foco em indivíduos pretos, indígenas e pessoas com deficiência (PCDs) que residem na Região Administrativa II de Santo Antônio, Vitória/ES.
No entanto, a falta de clareza e a divulgação restrita do edital geraram questionamentos sobre a eficácia das medidas adotadas. Muitos ambulantes, que dependem desses eventos para complementar sua renda, ficaram de fora, evidenciando a necessidade de uma comunicação mais ampla e inclusiva em futuras edições. Para muitos, a questão vai além da permissão para vender dentro do evento; trata-se de inclusão e de encontrar um espaço justo dentro de um movimento que celebra a diversidade e a equidade.
Entramos em contato com a Associação GOLD, organizadora do evento, mas não quiseram se pronunciar sobre a queixa em questão.