Por Cauê de Almeida, Cícero Lima, Paulo Victor Ribeiro e Thálita Sampaio
Ao longo dos anos desde sua primeira edição, a Parada LGBTQIA+ de Vitória conseguiu construir, com muita luta e reivindicação, um espaço de alegria, cor e diversidade. Durante este domingo, 28 de julho, a 12ª edição do evento teve tudo para se consolidar como a maior de sua história: foram mais de oito horas de programação, em cima de uma expectativa de receber em torno de 10 mil pessoas.
E andando pelas avenidas do Sambão do Povo estavam milhares de histórias, algumas inéditas e outras nem tanto. Em cobertura de vídeo exclusiva do evento, a equipe do O Leque buscou a opinião de participantes da Parada, num domingo de festa e luta da população LGBTQIA+ pela justiça ambiental.
“Achei um evento super representativo, e é muito interessante ter esse movimento no estado para as pessoas que se identificam”
A 12ª edição da Parada LGBTQIA+ de Vitória teve inúmeros participantes novatos, espalhando alegria e sorrisos contagiantes pela primeira vez em um evento do tipo. Foi o caso das estreantes Maria Eduarda e Juliana, que refletiram sobre a importância do evento no ES.
Em um clima de bastante emoção e celebração, Gabriela Colodette, Miss Brasil Trans Universo, expressou sua satisfação com a organização deste ano.
“Foi uma das melhores organizações para mim.
Eu acompanho todas as edições, já que sou daqui de Vitória, e esse ano o evento quebrou várias barreiras. Desde a presença na revista até a segurança e a escolha do local. Tudo está muito maravilhoso, e estamos bem protegidos aqui dentro”.
Porém, a Parada ganha outra interpretação sob os olhos de quem já participou antes. Quando o assunto são veteranos, não existe representação melhor do que Chica Chiclete, considerada uma das primeiras drag queens do estado e ativista, que participou da primeira edição do evento no Espírito Santo. Na época, o evento ainda recebia o nome de Parada Gay, em 1995, e existia num contexto de menos conquistas e maior repressão.
“Eu fui um dos primeiros militantes da causa gay no Espírito Santo, abrimos muita porta para muita gente. Se existe essa liberdade hoje, é porque lá atrás eu e muitos amigos batalhamos. Em 1995, na primeira Parada Gay, saímos cinco pessoas atrás de um trio elétrico, de Jardim Camburi até a Assembleia Legislativa”
Esse cruzamento de histórias representa, dentre tantas coisas, o impacto que o ativismo pela causa LGBTQIA+ teve ao longo do tempo. Cada participante, do veterano ao estreante, carrega consigo uma parte dessa história, contribuindo para a construção de um futuro mais inclusivo e respeitoso.
Olhando para o futuro, a Parada LGBTQIA+ de Vitória promete continuar sendo um espaço de celebração e luta, onde todas as gerações têm lugar para compartilhar suas histórias e experiências, construindo mais um capítulo em uma longa jornada de resistência e esperança.