Maliah Moraes e Thaissa Lannes – home https://oleque.com.br My WordPress Blog Thu, 08 Aug 2024 09:55:43 +0000 pt-PT hourly 1 Movimento de mães apoia a diversidade de gênero na Parada LGBTQIA+ em Vitória https://oleque.com.br/2024/07/29/movimento-de-maes-apoia-a-diversidade-de-genero-na-parada-lgbtqia-em-vitoria/ https://oleque.com.br/2024/07/29/movimento-de-maes-apoia-a-diversidade-de-genero-na-parada-lgbtqia-em-vitoria/#respond Mon, 29 Jul 2024 03:06:10 +0000 https://oleque.com.br/?p=1207

Por Amanda Kfuri, Andressa Ribeiro, Ludmila Costa, Maliah Moraes e Thaíssa Lannes

Ao longo da tarde deste domingo (28), membros e apoiadores da comunidade LGBTQIA+ estiveram reunidos nas ruas do Centro de Vitória para a celebração da 12ª edição da Parada LGBTQIA+ no estado. Atuando há dez anos em prol da aceitação das identidades de gênero e no apoio à diversidade, e sempre engajada nas principais iniciativas da comunidade, a organização não-governamental (ONG) “Mães pela Diversidade” marcou presença no evento.

Na ocasião, a organização desfilou com banners e cartazes em sensibilização contra a LGBTfobia e atraiu a atenção dos participantes do evento, que compartilharam suas experiências e motivações.

O estudante universitário José Modenesi é um dos filhos de mães participantes e esclareceu a respeito da atuação da ONG. “O ‘Mães’ é um movimento que recebe todos os familiares que desejarem apoiar seus filhos e filhas. São reuniões para debater a respeito da importância e de meios para dar apoio às pessoas LGBTQIA+”, frisou.

“Eu sou um ‘filho da mãe’ (risos). Esse movimento é de resistência para lembrar que nós temos família, que não estamos sozinhos, e isso nos encoraja

Além disso, o universitário destacou a respeito da importância da organização no apoio à aceitação das identidades de gênero. “Mesmo quando não estou perto da minha mãe e saio sozinho, eu sei que a proteção dela me acompanha. Ter o apoio dela é o que me salva todos os dias, porque sem ela eu não teria conseguido nada do que alcancei ao longo da minha transição de gênero”, disse o estudante.

José falou ainda sobre necessidade da participação da ONG, que é nacional, na Parada LGBTQIA+ do estado capixaba. “Trazer o movimento à Parada é mostrar para toda a população do Espírito Santo que nós temos família, que temos mãe… que se mexerem com a gente, mexerão também com essas ‘leoas’ aí”, comentou.

A ONG tem representantes em todo o País e esteve presente na Parada em Vitória. Foto: Ludmila Costa.

Familiares unidos pela causa

A ONG surgiu em 2014 e inicialmente era formada por mães preocupadas com a violência e com o preconceito contra seus filhos e filhas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Atualmente, o movimento conta com representantes e afiliados de todos os estados do país e atua no acolhimento de mães e pais, na sensibilização de agentes de saúde, do judiciário e do legislativo, e na divulgação de informações e depoimentos que tentam transformar a sociedade em um ambiente mais respeitoso para seus familiares.

A aposentada Eliana Modenesi, que é participante da ONG e mãe de José Modenesi, ressaltou a relevância do apoio familiar para a saúde emocional e o bem-estar das pessoas LGBTQIA+ no enfrentamento do preconceito da sociedade. “Lutamos por uma realidade em que todas as pessoas que existem tenham o direito de ser respeitadas, amadas e incluídas. Por isso, é fundamental que estejamos cada vez mais engajados nessas iniciativas para que possamos ajudar a superar todas essas barreiras do preconceito”, destacou.

Eliana destacou ainda a importância da participação da ONG no evento deste domingo. “Nossa participação na Parada traz encorajamento, traz inspiração a todas as outras famílias e é uma luta. Temos que participar de tudo para combater o preconceito, para falar de amor e de respeito. É uma luta que travamos contra a sociedade que, por vezes, exclui nossos filhos por pura falta de respeito. É uma oportunidade de mostrar que o mundo pode ser melhor e livre dessas barreiras impostas”.

 

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Uso da maquiagem como ferramenta de expressão e representatividade na comunidade LGBTQIA+ https://oleque.com.br/2024/07/24/uso-da-maquiagem-como-ferramenta-de-expressao-e-representatividade-na-comunidade-lgbtqia/ https://oleque.com.br/2024/07/24/uso-da-maquiagem-como-ferramenta-de-expressao-e-representatividade-na-comunidade-lgbtqia/#respond Wed, 24 Jul 2024 01:10:23 +0000 https://oleque.com.br/?p=100

Por Maliah Moraes e Thaissa Lannes

Estima-se que a maquiagem surgiu entre 3.000 e 2.500 anos a.C., na civilização egípcia, com a utilização de substâncias naturais, como óleos, minerais e plantas, para embelezamento e participação de festejos, adoração aos deuses e celebrações. A palavra maquiagem, por sua vez, vem do árabe “mukh” e significa adorno facial, ou seja, aquilo com que se orna ou enfeita.

Ao longo de todos esses anos, a prática naturalizou-se à vida cotidiana e foi amplamente difundida em todo o mundo. Diante disso, o ato de se maquiar foi incorporado a comunidades, assumindo um papel não somente de embelezamento, mas também de resistência e autoestima. A popularização de tutoriais de maquiagem nas redes sociais tem democratizado o acesso a técnicas e produtos, permitindo que indivíduos de todas as identidades possam explorar suas individualidades.

Para a comunidade LGBTQIA+, a ferramenta surge como um método de autoexpressão e representatividade. Ao longo das últimas décadas, a prática tem desempenhado um papel importante na afirmação de identidade e na promoção da diversidade, influenciando a cultura e a visibilidade das identidades transexuais e não-binárias.

A maquiagem começou a ganhar relevância na comunidade como um meio de enfrentamento às normas de gênero e afirmação à individualidade. Historicamente, artistas drag foram pioneiros nesse processo, especialmente em meados dos anos 70. O visual exuberante e teatral das drag queens tornou-se um símbolo de resistência e empoderamento da identidade queer.

Lakina: poder, impacto e arte

Fulana de tal fazendo alguma coisa. Foto: Crédito
Foto: Vagner Rezende

Inserido neste importante universo artístico, o estudante de Publicidade e Propaganda, Robert Bizi (21), utiliza técnicas de maquiagem para dar vida à drag queen Lakina. É neste contexto que a ferramenta vai além da expressão artística, assumindo o potencial de explorar diferentes facetas de sua personalidade e identidade.

Robert conta como surgiu o desejo por iniciar esse projeto marcante para sua liberdade de autoexpressão. “A Lakina está comigo desde criança, me conhece muito bem, e nada mais era que minha amiga imaginária de infância e hoje em dia eu a transformei em drag, em arte. Eu era uma criança muito insegura e a Lakina me ajudava a ter coragem e força. Ela conta histórias e é um mix das minhas referências, de cantoras que eu gosto, atrizes, personagens, enfim, das minhas inspirações desde criança. Ela é um lado sensível, bonito, mas também de bastante estranheza, digamos assim”. 

Quando questionado a respeito do poder da maquiagem para a representatividade da arte drag, Bizi aponta: “A maquiagem é o que impacta as pessoas. Ela pode transmitir sentimentos e até mesmo contar uma história. Com a minha drag, eu gosto muito de contar histórias, então, a maquiagem é uma forma poderosa de me ajudar a contar quem é a Lakina por meio do Robert, e vice versa”. 

Em termos pessoais, enquanto pessoa LGBTQIA+, Robert aponta o papel que a maquiagem representa tanto no cotidiano, quanto no passado, tendo em vista sua trajetória de autoaceitação. “A prática tem um espaço bem íntimo dentro do meu coração e tem lembranças bem gostosas. É um ato de autoestima e confiança pra mim. Desde quando eu passava maquiagem escondida em casa e depois, de pouco a pouco, eu fui vendo e descobrindo quem eu era. E continua: “Acredito que a maquiagem tem um grande peso nisso sim, de saber quem eu sou e hoje em dia eu posso celebrar, é incrível. É como um ritual, eu amo estar com as amigas, nos maquiarmos juntas, é uma forma também de contato, de relação”.

Lakina
Clipe de "Rastro" por Lakina e Gabriela Moulaz

Embora a prática milenar contribua para a autoestima de inúmeros indivíduos, a artista reitera: “É preciso nos atentarmos também aos males: muitas vezes as pessoas se auto-sabotam procurando a perfeição de padrões e de técnicas de maquiagem, buscando a perfeição, estar semelhante a outras celebridades ou personagens. Existem milhares de maquiagens e técnicas, não devemos nos prender a padrões e sim utilizar os produtos como uma forma de se expressar, de se sentir bem. Então, é você com você mesmo, não há regras”.

Além disso, a representatividade é crucial para a construção de uma sociedade inclusiva, uma vez que ainda há muitos desafios a serem enfrentados. Para a comunidade, a maquiagem desafia estereótipos e amplia a visibilidade de diferentes identidades. Lakina reforça que “Os principais desafios são a intolerância, o desrespeito e a discriminação. Mesmo você sendo muito confiante, você sente que quando você chega no lugar, as pessoas olham torto pra você. E para todos nós, pessoas LGBTQIA+, é algo muito comum e muito triste, é um sentimento que a gente sente desde muito, muito cedo. É por isso que a maquiagem surge como uma forma de enfrentar esse preconceito com mais confiança e celebrarmos quem somos”. 

“A maquiagem tem sido de extrema importância para afirmar a minha identidade, e isso mostra ao mundo o que é a identidade não é binária e, sobretudo, que há beleza na diversidade. Com ela eu consigo me empoderar, me desafiar e expressar quem eu sou.” declara Robert Bizi. 

Técnicas, produtos e representatividade

No universo drag, a maquiagem é utilizada como forma de arte. A transformação é frequentemente dramática, com ênfase em técnicas como contorno, iluminação e aplicação de produtos de longa duração. As técnicas incluem contornos marcantes, aplicação de cílios postiços para um olhar mais intenso e o uso de pigmentos brilhantes para criar efeitos dramáticos. 

“Ao celebrar essas expressões de identidade, estamos, ao mesmo tempo, promovendo a aceitação e o respeito mútuo, pilares fundamentais para a construção de um mundo mais justo e igualitário.” finaliza Bizi.

NEY, 1973

A produção de ‘NEY, 1973’ é uma homenagem de Lakina ao cantor Ney Matogrosso. O músico é uma referência para Robert Bizi, trazendo inspirações, encorajamento e autenticidade ao interprete de Lakina.

 

Conheça mais sobre Lakina:

Instagram Lakina: @iamlakina 

Link: https://acesse.one/iamlakina

Outras produções:

https://www.instagram.com/reel/C8Pck0yO0Mx/?utm_source=ig_web_button_share_sheet

https://www.instagram.com/reel/C8Pck0yO0Mx

“Rastro” por Lakina e Gabriela Moulaz

VÍDEO: https://www.instagram.com/reel/C8Pck0yO0Mx

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