Parada LGBTQIA+ – home https://oleque.com.br My WordPress Blog Tue, 30 Jul 2024 01:31:51 +0000 pt-PT hourly 1 Mais uma grande edição da Parada LGBTIA+ de Vitória é realizada no Sambão do Povo https://oleque.com.br/2024/07/29/mais-uma-grande-edicao-da-parada-lgbtia-de-vitoria-e-realizada-no-sambao-do-povo/ https://oleque.com.br/2024/07/29/mais-uma-grande-edicao-da-parada-lgbtia-de-vitoria-e-realizada-no-sambao-do-povo/#respond Mon, 29 Jul 2024 21:14:14 +0000 https://oleque.com.br/?p=1411

Por Isabela Xavier, Jamilly Vaz, Uandyléia Dias e Gabrielle Paiva

Neste domingo (28), Vitória celebrou a 12ª edição da Parada LGBTQIA+ da cidade. Organizada pela Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Associação GOLD), a Parada teve início na Vila Rubim e seguiu com o trio elétrico até o Sambão do Povo, contando com mais de 300 artistas. 

O evento, que tem como objetivo promover a diversidade e a inclusão, trouxe uma série de atrações musicais e culturais para o público. No entanto, as opiniões dos participantes mostram uma mistura de satisfação e críticas pontuais sobre a Parada.

Ygor Britto, de 23 anos, estudante da UFES, compartilhou suas impressões sobre a edição deste ano. “Eu acho que está muito bom. Tem músicas muito boas. Comparando com a última edição, tá um pouquinho flop, mas tá muito bom”, afirmou. A expressão “flop” utilizada por Ygor indica que, em sua opinião, o evento não atingiu o mesmo nível de sucesso que o ano passado.

Ygor (meio) e seus amigos na 12° Parada LGBTQIA+ de Vitória. Foto: Isabela Xavier

Um dos pontos levantados por ele foi a sensação de que o evento estava mais vazio. Ele acredita que a proibição da entrada com bebidas pode ter contribuído para essa diminuição no número de participantes. “Eu acho que ano passado a última edição foi melhor, porque essa parece que tá mais vazia, né? Porque até proibiram o pessoal de entrar com bebida”, comentou.

Apesar dessas observações, Ygor fez questão de elogiar a organização do evento. “Eu acho que a organização tá muito boa e o ambiente dentro do Sambão está limpo, está uma coisa organizada, não tem muita fila para pegar bebida, nem para comprar comida”, destacou.

Outro participante, o farmacêutico Wesley Rodrigues, de 26 anos, também compartilhou sua experiência. “A última edição foi maravilhosa. E essa versão desse ano também está esplêndida. A segurança a gente vê que está muito reforçada. A gente vê também os banheiros, questão de alimentação, questão de organização. A Gold está de parabéns mesmo”, destacou.

Wesley mostrou-se igualmente satisfeito em relação às atrações deste ano. “Está edição está muito boa e a passada foi também. Nossa, é uma sensação maravilhosa! Dá um êxtase, na gente”, afirmou. 

Wesley Rodrigues (lado esquerdo) e seu namorado Gabriel de Paula na 12° Parada LGBTQIA+ de Vitoria. Foto: Isabela Xavier

O costureiro, Samuel Mariano, de 24 anos, participou do evento pela primeira vez. “Eu sempre tive receio de vir, de participar. Mas eu vim pela primeira vez. Estou amando”, disse. Ele destacou que sempre teve receio de participar por questões de segurança, mas sentiu-se seguro e confortável no evento. 

“Meu receio sempre foi pela segurança, mas eu senti um ambiente bem seguro. Tô tranquilo, super leve”. Samuel também elogiou a acessibilidade do evento. “Já tomei água, bebida alcoólica. Tô amando”, afirmou. A organização do evento trabalhou para garantir que tudo corresse de maneira tranquila e segura. O Sambão do Povo foi o palco principal das atividades, onde os participantes puderam desfrutar de shows e apresentações em um ambiente limpo e bem estruturado. A ausência de longas filas para comprar bebidas e alimentos foi um ponto positivo que mereceu destaque entre os frequentadores.

Mesmo com algumas críticas pontuais, a 12ª edição da Parada LGBTQIA+ de Vitória reafirma seu papel como um espaço de celebração e resistência, onde a diversidade é a grande protagonista. As melhorias na organização e a preocupação com o bem-estar dos participantes mostram que o evento está em constante evolução, sempre buscando atender melhor seu público e fortalecer sua mensagem de inclusão e respeito.

 

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Expresso SP-ES: casal comenta sobre as diferenças entre as Paradas de cada estado https://oleque.com.br/2024/07/29/expresso-sp-es-casal-comenta-sobre-as-diferencas-entre-as-paradas-de-cada-estado/ https://oleque.com.br/2024/07/29/expresso-sp-es-casal-comenta-sobre-as-diferencas-entre-as-paradas-de-cada-estado/#respond Mon, 29 Jul 2024 15:17:51 +0000 https://oleque.com.br/?p=1215

Por Alice Santos, Felipe Dutra, Luiza Lima, Renam Linhares,Thais Lima e Victor Thomé.

Thiago Albano, de 36 anos, (à esquerda na imagem) e Ezequiel Ribeiro, de 27 anos, (à direita) estiveram na Parada LGBTQIA+ de São Paulo no dia 2 de junho de 2024. A principal diferença que Ezequiel ressalta é a quantidade de pessoas. Na parada promovida pela Associação GOLD estava estimado um público de 10 mil pessoas, enquanto na cidade de São Paulo mais de 3 milhões de pessoas passaram pelo evento, distribuídas por 16 trios elétricos temáticos.

 

“Aqui tem muita gente, obviamente, não tem poucas. Só que em São Paulo, sei lá, deveria ter um milhão e meio de pessoas. É muita gente. É uma estrutura gigante, assim, sabe? E aí eu acho que a questão do apoio também da prefeitura, eu acho que a São Paulo tem um apoio maior do que aqui”, relatou Ezequiel.

 

Também foi ressaltado por Thiago o fator da acessibilidade financeira. A capital paulista é conhecida por seu alto custo de vida, sendo um dos maiores do país. Porém, a Parada LGBTQIA+ de São Paulo é um evento público, com presença de muitos ambulantes, à exemplo do que ocorre no Carnaval. A Parada promovida pela GOLD neste ano de 2024 permitiu a entrada apenas de vendedores de comida. Toda bebida no interior do evento estava sendo vendida pelos organizadores e parte do público se queixou dos valores.

 

“A gente entrou por conta de não ter bebida num evento que é predominantemente público. Então a gente conta com isso e sai de casa com a nossa bebida, com as nossas aquisições […]”, conta Thiago.

 

Thiago e Ezequiel também comentaram que existia um certo receio, por parte deles, em relação à receptividade das pessoas com o evento. Comentaram que o Espírito Santo passa a imagem de uma região muito conservadora, principalmente se comparado com seus vizinhos do sudeste São Paulo e Rio de Janeiro. Ressaltaram a importância da existência de eventos como esse na terra capixaba: “É uma coisa de pertencimento muito grande, sabe? É você saber que você faz parte desse todo e que às vezes a gente não vê isso sendo representado”, disse Thiago.

A 12ª edição da Parada LGBTQIAPN+ cumpre um papel muito importante para a diversidade e representatividade de várias esferas sociais e é aberta para todos os tipos de público. Por fim, Thiago deixa um recado: 

“Poderia ser tipo carnaval, que é, tipo, dias, né? Assim, rolando vários bloquinhos. Não, é um dia só. A gente aproveita no que a gente tem, mas se fosse mais dias seria muito melhor!”

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Da primeira ao presente: o que acharam os veteranos e os novatos da Parada LGBTQIA+ de Vitória? https://oleque.com.br/2024/07/29/da-primeira-ao-presente-o-que-acharam-os-veteranos-e-os-novatos-da-parada-lgbtqia-de-vitoria/ https://oleque.com.br/2024/07/29/da-primeira-ao-presente-o-que-acharam-os-veteranos-e-os-novatos-da-parada-lgbtqia-de-vitoria/#respond Mon, 29 Jul 2024 03:54:09 +0000 https://oleque.com.br/?p=1178

Por Cauê de Almeida, Cícero Lima, Paulo Victor Ribeiro e Thálita Sampaio

Ao longo dos anos desde sua primeira edição, a Parada LGBTQIA+ de Vitória conseguiu construir, com muita luta e reivindicação, um espaço de alegria, cor e diversidade. Durante este domingo, 28 de julho, a 12ª edição do evento teve tudo para se consolidar como a maior de sua história: foram mais de oito horas de programação, em cima de uma expectativa de receber em torno de 10 mil pessoas.

E andando pelas avenidas do Sambão do Povo estavam milhares de histórias, algumas inéditas e outras nem tanto. Em cobertura de vídeo exclusiva do evento, a equipe do O Leque buscou a opinião de participantes da Parada, num domingo de festa e luta da população LGBTQIA+ pela justiça ambiental.

Maria Eduarda, 22, participou da Parada pela primeira vez | Foto: Thálita Sampaio

“Achei um evento super representativo, e é muito interessante ter esse movimento no estado para as pessoas que se identificam”

A 12ª edição da Parada LGBTQIA+ de Vitória teve inúmeros participantes novatos, espalhando alegria e sorrisos contagiantes pela primeira vez em um evento do tipo. Foi o caso das estreantes Maria Eduarda e Juliana, que refletiram sobre a importância do evento no ES.

Gabriela Colodette, 34, não poupou elogios para a 12ª Parada LGBTQIA+ de Vitória | Foto: Cícero Lima

Em um clima de bastante emoção e celebração, Gabriela Colodette, Miss Brasil Trans Universo, expressou sua satisfação com a organização deste ano.

“Foi uma das melhores organizações para mim.
Eu acompanho todas as edições, já que sou daqui de Vitória, e esse ano o evento quebrou várias barreiras. Desde a presença na revista até a segurança e a escolha do local. Tudo está muito maravilhoso, e estamos bem protegidos aqui dentro”.

Porém, a Parada ganha outra interpretação sob os olhos de quem já participou antes. Quando o assunto são veteranos, não existe representação melhor do que Chica Chiclete, considerada uma das primeiras drag queens do estado e ativista, que participou da primeira edição do evento no Espírito Santo. Na época, o evento ainda recebia o nome de Parada Gay, em 1995, e existia num contexto de menos conquistas e maior repressão.

Chica Chiclete (meio), 56, está há mais de três décadas atuando no ativismo LGBTQIA+ | Foto: Cícero Lima

“Eu fui um dos primeiros militantes da causa gay no Espírito Santo, abrimos muita porta para muita gente. Se existe essa liberdade hoje, é porque lá atrás eu e muitos amigos batalhamos. Em 1995, na primeira Parada Gay, saímos cinco pessoas atrás de um trio elétrico, de Jardim Camburi até a Assembleia Legislativa”

Esse cruzamento de histórias representa, dentre tantas coisas, o impacto que o ativismo pela causa LGBTQIA+ teve ao longo do tempo. Cada participante, do veterano ao estreante, carrega consigo uma parte dessa história, contribuindo para a construção de um futuro mais inclusivo e respeitoso.

Olhando para o futuro, a Parada LGBTQIA+ de Vitória promete continuar sendo um espaço de celebração e luta, onde todas as gerações têm lugar para compartilhar suas histórias e experiências, construindo mais um capítulo em uma longa jornada de resistência e esperança.

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Segurança e organização marcam a Parada LGBTQIA+ em Vitória https://oleque.com.br/2024/07/29/seguranca-e-organizacao-marcam-a-parada-lgbtqia-em-vitoria/ https://oleque.com.br/2024/07/29/seguranca-e-organizacao-marcam-a-parada-lgbtqia-em-vitoria/#respond Mon, 29 Jul 2024 01:14:11 +0000 https://oleque.com.br/?p=1084

Por Alice Azevedo, Felipe Dutra, Luiza Lima, Renam Linhares, Thais Lima e Victor Thomé

Vitória está sendo palco de mais uma edição da Parada LGBTQIA+, evento que reúne um grande público, para promover a diversidade e o orgulho. Este ano o ato começou na Vila Rubim e foi até o Sambão do Povo, sendo todo o trajeto marcado por muitos shows, dança e alegria. Além disso, o evento ganhou uma atenção especial das autoridades, que buscam garantiram a segurança e diversão dos presentes.

12ª Parada LGBTQIA+ | Foto: Thais Lima
O ato contou com segurança da Guarda Municipal e Polícia Militar | Foto: Thais Lima

Com o crescimento da Parada LGBTQIA+, aumentou também a fiscalização da Prefeitura de Vitória junto aos organizadores do evento para evitar transtornos ou confusões. Com a segurança reforçada o evento aconteceu sem sustos, foi o que explicou a Guarda Municipal Piumbini, que preferiu não dar entrevista, mas garantiu a tranquilidade do evento, sem nenhuma ocorrência.

A equipe de reportagem do O Leque esteve no Sambão do Povo e pode observar a presença da Guarda Municipal e da Polícia Militar, além disso, o ato ainda contou com revista com detector de metal na entrada, que também barrava garrafas de bebidas alcóolicas e latinhas. Os nossos repórteres ainda avistaram postos com equipes em vários pontos do evento, para dar o suporte aos participantes. 

Barracas de comidas no Sambão do Povo | Foto: Thais Lima

Além da segurança, outra preocupação da organização do evento foi a fiscalização dos ambulantes. Nossa equipe conversou com um membro da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (SEDEC), que não quis ter o nome revelado. O órgão ligado ao governo estadual foi responsável por organizar e verificar o trabalho dos vendedores no Sambão do Povo. Segundo a apuração, do lado de fora do evento, os ambulantes não precisavam pagar nenhuma taxa, mas tinham que respeitar o espaço designado. Com isso, boa parte dos camelôs se posicionaram nessa área. Já do lado de dentro do ato, apenas ambulantes credenciados através de um curso online da Prefeitura de Vitória puderam entrar.

Ainda segundo o membro da SEDEC, a grande preocupação foi justamente garantir o direito do espaço do comércio dentro da Parada apenas para quem tinha a liberação. O curso oferecido pelo governo estadual conta, inclusive, com dicas de como manejar os alimentos, aumentando o cuidado e a higiene das comidas vendidas nas barraquinhas.

Ambulante Sandra | Foto: Thais Lima

A edição deste ano da Parada LGBTQIA+ trouxe uma expectativa na economia local: comerciantes enxergaram no ato a possibilidade de vender comidas, artigos de vestuário, acessórios, dentre outros. A vendedora Sandra Viegas, que comercializou bebidas na parte de fora do evento, contou:

“A gente chegou aqui às 10 horas da manhã. Primeiro a gente tinha ido lá para a Vila Rubim, para ver como estava o movimento de clientes, e quando vimos que os ambulantes já estavam vindo para o Sambão, viemos também para pegar uma localização melhor.” 

A comerciante de 49 anos também falou sobre a relação dos ambulantes com os fiscais da SEDEC: “A fiscalização só vê se está funcionando tudo certo, se os vendedores estão obedecendo às ordens deles. É de acordo com o limite que eles passaram para a gente. Só podemos ficar na área determinada.”

Os participantes puderam curtir mais de 10 horas da Parada LGBTQIA+, que contou com várias atrações musicais e também momentos de discursos importantes sobre orgulho e identificação. Sobre a organização geral do evento, a nossa equipe falou com a Emilly, que foi para todas as edições do evento: “Em comparação com outras Paradas que já fui, essa daqui está bem melhor, está muito organizada: fácil acesso ao banheiro e alimentação. A segurança também, a primeira vez que eu venho que é dessa forma, teve até revista na entrada.”

Com isso, a Parada foi um sucesso, sendo inesquecível apenas pelos momentos felizes e de orgulho, sem nenhum tipo de ocorrência, podendo ser considerado um exemplo de organização de atos como este na cidade de Vitória.

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Movimento de Mulheres Camponesas do ES marca presença na 12ª Parada LGBTQIA+ em Vitória https://oleque.com.br/2024/07/29/movimento-de-mulheres-camponesas-do-es-marca-presenca-na-12a-parada-lgbtqiapn-em-vitoria/ https://oleque.com.br/2024/07/29/movimento-de-mulheres-camponesas-do-es-marca-presenca-na-12a-parada-lgbtqiapn-em-vitoria/#respond Mon, 29 Jul 2024 00:40:43 +0000 https://oleque.com.br/?p=1114

Por Amanda Kfuri, Andressa Ribeiro, Ludmila Costa, Maliah Moraes e Thaíssa Lannes

Nesse domingo (28), as ruas do Centro de Vitória foram palco da concentração da 12ª edição da Parada LGBTQIA+, que celebrou a representatividade e o empoderamento da comunidade. O evento contou com a presença das cores, bandeiras e reivindicações do Movimento de Mulheres Camponesas do Espírito Santo (MMC), que levou muita energia para o ato.

A participação do movimento na parada representou um marco significativo na união de lutas por direitos sociais e igualdade. As mulheres camponesas, que historicamente têm batalhado por reconhecimento e melhores condições de vida e igualdade, se uniram à comunidade LGBTQIAPN+ em um gesto de solidariedade e apoio mútuo, denunciando as várias violências que mulheres sofrem diariamente, entre elas a lesbofobia, bifobia, a transfobia e o feminicídio. 

E a cooperação entre os grupos não parou por aí! Além de prestigiarem o ato, integrantes do movimento também semearam a resistência nas ruas de Vitória ao plantarem mudas de Pau Brasil no local.

Natureza como essência da vida 

Vausilene Lobato dos Santos, uma das integrantes do MMC, falou sobre a importância da presença do movimento no ato. “Hoje estamos aqui na parada plantando árvores de Pau Brasil, planta que representa o nosso país. As mulheres camponesas estão sempre trabalhando em prol da representatividade e da igualdade e por isso plantamos árvores e cultivamos o meio ambiente, que é a essência da nossa vida e de tudo. Para nós, a natureza é o primordial”, destacou. 

Para Alexandra Pereira Nunes, uma das participantes da parada, a importância do evento vai muito além do movimento LGBTQIAPN+, pois representa a luta das minorias como um todo. “O Centro de Vitória é um lugar caracterizado pela branquitude, pela heteronormatividade e, infelizmente, muitas vezes pelo preconceito. Por isso, é muito importante que estejamos aqui hoje para mostrar que devemos lutar e ser respeitados”, pontuou.

O evento, que contou com carros alegóricos, shows e diversas manifestações culturais, foi um sucesso de público e uma celebração de diversidade e representatividade. Dessa forma, a participação do MMC trouxe um reforço importante à mensagem de que a luta por direitos é uma causa compartilhada por todos os que buscam por uma sociedade cada vez mais justa e igualitária. 

Além disso, seguindo o tema “Preservação Ambiental”, a Parada LGBTQIA+ deste ano também foi um espaço para reflexões e debates sobre as mudanças climáticas. 

Sobre o Movimento de Mulheres Camponesas do ES 

O movimento é formado por mulheres camponesas que lutam pela causa feminista e pela transformação da sociedade. 

Juntas, construíram um movimento que preza pela saúde de qualidade, construção de novas relações sociais e de gênero e por políticas públicas que ponham fim a todas as formas de violência e opressão.

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Parada LGBTQIA+ de Vitória estima cerca de 10 mil pessoas no Sambão do Povo https://oleque.com.br/2024/07/26/parada-lgbtqia-de-vitoria-estima-cerca-de-10-000-pessoas-no-sambao-do-povo/ https://oleque.com.br/2024/07/26/parada-lgbtqia-de-vitoria-estima-cerca-de-10-000-pessoas-no-sambao-do-povo/#respond Fri, 26 Jul 2024 01:23:12 +0000 https://oleque.com.br/?p=513

Por Andressa Ribeiro e Ludmila Costa

No próximo domingo (28), acontecerá a 12ª edição da Parada LGBTQIA+, que traz como tema principal “A população LGBTQIA+ na luta pela justiça ambiental”. A concentração começa na Vila Rubim às 14h, seguida de uma passeata até o Sambão do Povo.

Neste ano de 2024, com o tema ambiental, a organização busca garantir que todas as pessoas, independentemente de sua identidade, tenham acesso igualitário a um meio ambiente saudável. 

A expectativa é de que mais de 10 mil pessoas vão às ruas em uma luta por justiça,  igualdade, e também pelo nosso planeta. Este é um ato de resistência, unindo todas as vozes em defesa da diversidade e do meio ambiente. “Pra mim foi muito importante participar da 11° edição, porque ver quem eu gosto, ver parentes, ver pessoas se reunindo e celebrando nós mesmos. Na parada deste ano, espero que realmente continue sendo da mesma forma, um momento pra se sentir seguro, se sentir confortável, se sentir feliz com as pessoas que estão ao nosso lado’’, conta Bruno Caetano, estudante de Jornalismo da Faesa.

Para o jornalista Kebim Tamanini, as expectativas para este ano também estão altas. Ele ressalta a importância de ver mais diversidade de representações dentro da comunidade LGBTQIA+ e de promover mais discussões sobre a interação entre diferentes formas de discriminação. “Nesta edição, é essencial abordar temas como a violência contra pessoas LGBTQIA+, a importância da saúde mental, os direitos das pessoas trans e a luta contra o preconceito e a discriminação no ambiente de trabalho. Também é importante discutir a interseccionalidade, reconhecendo as diferentes camadas de opressão que muitas pessoas enfrentam devido a fatores como raça, gênero e classe social”, disse o jornalista. 

Jornalista Kebim Tamanini. Foto: Arquivo pessoal

“Nesta edição, é essencial abordar temas como a violência contra pessoas LGBTQIA+, a importância da saúde mental, os direitos das pessoas trans e a luta contra o preconceito e a discriminação no ambiente de trabalho”

Kebim ainda reforçou a importância do evento para o estado e principalmente para o público LGBT. “É uma oportunidade única de sentir a força da comunidade, aprender mais sobre as lutas e conquistas da população LGBTQIA+ e mostrar seu apoio. O engajamento do público é fundamental para o sucesso e impacto positivo da parada. Quanto mais pessoas se envolvem e participam, maior é a visibilidade e a mensagem de inclusão e diversidade que o evento transmite.”, completou.

O evento encerra a 6ª semana de cidadania LGBTQIA+, que contou com uma programação recheada de música, arte, cinema, moda, gastronomia, esporte e diversas oficinas.

Programação Completa da Parada

CORTEJO

Horário: 14h

Trajeto: Vila Rubim – R. da Alegria – Av. Princesa Isabel – R. do Espírito Santo – R. da Prata – R. Sete de Setembro – Av. Jerônimo Monteiro – Av. Princesa Isabel – Sambão do Povo

PALCO
15h: Afrokizomba
16h: Chegada no Sambão do Povo – Fala de Deborah (Abertura do Sambão)
16h03: Varanda – DJ Vinni Tosta e Congo
16h33: Palco – Andrea Nery
17h13: Motumbaxé
17h43: Varanda – Quadrilha
18h: Palco – Mathilda
18h13: Varanda – DJ Rose e Apresentação de Deborah
18h17: Performance 01 – Mel
18h17: Performance 02 – Chica
18h48: Performance 03 – Angel
18h48: Performance 04 – Violeta Van Cartier
18h51: Performance 05 – Lara Lestrange
18h57: Olhar de Sedução
19h37: Gui Furler e Ouzadas do Quebra
19h47: Fala de Movimentos Secretarias
19h57: Varanda – Samantha Brocks
20h: DJ Lua
20h03: Performance 06 – Rose Guetto
20h06: Performance 07 – Sibelle
20h09: Performance 08 – Joany
20h12: Performance 10 – Serena Cigana
20h15: Performance 09 – Angela
20h20: CRJ Terra Vermelha (Dança do Ventre)
20h30: Palco – CRJ Novo Horizonte (Vogue) – Brisa + Visuais + Afront
21h15: Varanda – DJ Lua
21h15: Performance 11 – Daphne Zanelato
21h18: Performance 12 – Nilly Drag
21h21: Performance 13 – Kyanne Kiffer
21h24: Performance 14 – Flávia Ferraz
21h27: Performance 15 – Athena
21h30: Varanda – Vergg + Mallu + Vini Tosta
22h20: Palco – Novo Império – 10ª Fala (Encerramento)

 

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12ª Parada LGBTQIA+ de Vitória promove cultura capixaba e fomenta economia local https://oleque.com.br/2024/07/25/12a-parada-lgbtqia-de-vitoria-promove-cultura-capixaba-e-fomenta-economia-local/ https://oleque.com.br/2024/07/25/12a-parada-lgbtqia-de-vitoria-promove-cultura-capixaba-e-fomenta-economia-local/#respond Thu, 25 Jul 2024 14:57:42 +0000 https://oleque.com.br/?p=397

Por Renan de Oliveira e Sara Dias

No próximo domingo (28/07), Vitória sediará a sua 12ª Parada LGBTQIA+, um evento que se consolidou como um importante marco no calendário cultural e social da cidade. Este ano, o manifesto destaca o tema “População LGBTQIA+ na luta pela justiça ambiental”, sublinhando a intersecção entre a defesa dos direitos das minorias e a proteção do meio ambiente.

Ao longo de julho, uma série de atividades, incluindo oficinas, mesas criativas e o 1º Seminário Nacional de Transfobia Ambiental, prepararam o terreno para o evento principal, refletindo a relevância e o impacto que este movimento tem na comunidade local.

As expectativas para o evento deste ano estão altas para os participantes. Robert Bizi (21), estudante e artista Drag, comenta ser uma oportunidade para encontrar e rever amigos, como também celebrar em comunidade.

“Que seja um espaço para união e celebração das nossas conquistas. Que seja um lugar de empoderamento e coragem, para comemorarmos a diversidade e a representatividade com muita alegria”, afirma.

Robert esteve presente pela primeira vez na Parada LGBTQIA+ de Vitória em 2022, e revela o que esse manifesto representa para ele:

Diversidade artística capixaba

“A parada para além de um evento, é um manifesto político, social e cultural. É coletivo e acontece através da diversidade. Somente 5 atrações não faz uma Parada, é preciso estar sempre pensando em buscar uma variedade de gente e atrações que consigam construir um espaço sólido de liberdade e criatividade” afirma Pablo Vieira, produtor cultural e DJ, também Educador Social na Associação GOLD, responsável pela programação e curadoria de artistas para a 12ª Parada LGBTQIA+ de Vitória.

Durante a Mesa Criativa (19/07), atividade que fez parte da Semana de Cidadania LGBTQIA+, que oferece uma série de eventos pela cidade, promovendo reflexão sobre direitos humanos e meio ambiente, estiveram presentes na bancada os artistas capixabas Alexia Clotilde integrante do Bloco Afrokizomba, Bruna Medeiros do Grupo Olhar de Sedução, a DJ Lua Alice e o PV Barbosa, representando a Escola de Samba Novo Império. 

Robert Bizi sobre a Parada LGBTQIA+.

Com mediação do Pablo Vieira, os artistas que fazem parte das atrações da parada, debateram sobre a relevância dos movimentos sociais e o papel da Parada LGBTQIA+ como resistência em defesa da diversidade e da liberdade.

No mesmo evento, destacou-se que a parada como um manifesto é uma oportunidade de colocar em cima do trio ou do palco artistas de diferentes vertentes, que abrangem diferentes lutas e histórias. Para a construção da Line-Up de atrações artísticas da 12ª Parada LGBTQIA+ de Vitória, foi divulgada uma convocatória com a intenção de selecionar artistas para integrar a programação.

A organização priorizou a seleção de artistas capixabas a fim de “democratizar o acesso e abrir o nosso palco para novos olhares da cena capixaba” conforme divulgado pela Associação GOLD.

Ter essa variedade e diversidade de artistas é muito importante para agregar o nosso manifesto. E essa convocatória surge desse local de curadoria e pesquisa, e entender que a programação não é construída só para as pessoas curtirem, mas se molda como um ato político, de abrir espaço para conhecer como a produção capixaba está se desenvolvendo no estado. E a partir disso, reafirmamos uma programação 100% capixaba”, alega Pablo sobre o processo de escolha das atrações.

 

“A cena artística de Vitória é grandiosa, precisamos abrir espaço e incluir muito mais artistas LGBTQIA+ racializados, sejam pretos, indígenas, entre outros. É muito importante termos voz e eu estou muito feliz em poder fazer parte da parada de Vitória, ela é o nosso grito de resistência e a oportunidade de falarmos que estamos aqui e existimos, e que os nossos direitos precisam ser garantidos”, disse Lua Alice ou LUAA como é conhecida artisticamente, que é uma travesti afro-indígena multiartista, modelo, performer e DJ, defensora da cultura e da juventude.

A diversidade se apresenta também nos diferentes gêneros e mistura de ritmos musicais dos artistas escalados, e em especial ao samba, o produtor expõe que a Parada de Vitória se destaca em também dar espaço a esse ritmo que normalmente não está presente nessa ocasião em outros estados do país. “Trazer o samba para a parada de Vitória também é uma forma de reafirmar que existem sim pessoas LGBTQIA+ nesse segmento”.

 

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Afro Kizomba é destaque entre 300 artistas na 12ª Parada LGBTQIA+ de Vitória https://oleque.com.br/2024/07/25/afro-kizomba/ https://oleque.com.br/2024/07/25/afro-kizomba/#respond Thu, 25 Jul 2024 14:45:27 +0000 https://oleque.com.br/?p=55

Por Alice Santos e Renam Linhares

A cidade de Vitória e os capixabas se preparam para a 12ª Parada LGBTQIA+, que acontecerá no dia 28 de julho. Este ano, a festa começa com a concentração na Vila Rubim e segue para o Sambão do Povo, com o tema “População LGBTQIA+ na Luta por Justiça Ambiental”. A celebração será marcada por uma série de apresentações musicais que prometem transformar o evento em uma demonstração de inclusão e solidariedade. 

A música na Parada funciona não apenas como entretenimento, mas como uma ferramenta vital de expressão e união. Artistas LGBTQIA+ como os que compõem o Bloco Afro Kizomba, Winny e Xavier, utilizarão suas performances para apoiar a causa e promover a visibilidade da comunidade. 

Via Instagram @winny.rocha

O Afro Kizomba é o primeiro bloco afro do carnaval de rua de Vitória. Winny é uma pessoa não-binária que é responsável pela direção de arte do bloco, além de ter suas raízes diretamente ligadas aos fundadores do bloco.

Via Instagram @xavierolucas

Xavier Lucas é vocalista do bloco e participa desde o segundo semestre de 2018, quando o bloco esteve presente na Parada pela primeira vez com seus tambores.

O cantor foi vocalista do Bloco no carnaval de 2022, cantando para mais de 30 mil pessoas. Em 2023, o Kizomba participou novamente, dessa vez com banda, mas sem a presença de Xavier.  Por isso, o cantor destaca sua empolgação em participar da atual edição. 

“É uma posição de bastante representatividade, protagonismo, então para mim está sendo um momento muito valioso. Tanto na minha carreira quanto para a minha história de contribuição com o Bloco”, destacou Xavier.

“O Bloco Afro Kizomba entende que a arte é uma prática política, então a todo tempo a nossa ação artística não descola de uma ação de transformação da nossa existência, da nossa sociedade, então pensar a música, a dança, as apresentações dentro do contexto da parada é pensar essa ação política”, destaca Winny Rocha, diretore de Arte do Afro Kizomba.

Xavier Lucas ressalta a importância da música não só para a população LGBTQIAPN+, mas para a sociedade como um todo e como torna-se imprescindível a música para trazer alegria, arte, informação e posicionamentos políticos:

“[…] Segundo informações que eu recebi da Débora Sabará, a presidenta da associação (GOLD), vão ser mais de 300 artistas envolvidos nesse evento, na parada, e sem dúvida alguma esse é um dos eventos que mais está apoiando e dando visibilidade para artistas capixabas[…]” e também destacou  “[…]muitas vezes a arte, a música é um acessório para um mote principal […], então, muita gente faz o que gosta, gosta de fazer arte, gosta de cantar, mas, para muitas pessoas, isso é um trabalho”. 

Winny afirma também que o ato de colocar o corpo na rua, mostrar a cultura e bandeiras na Parada é muito importante para inserir o debate da cidade de forma aberta, tanto para a  população LGBTQIAPN+ quanto para toda a cidade discutir, pensar e repensar as suas práticas cotidianas, inclusive da ocupação do espaço humano.

“E nesses últimos tempos se faz uma forma de resistência mesmo, porque as políticas públicas no nível municipal nos últimos anos foram destruídas, a gente só vem diminuindo o número de ações estatais, de direitos e o que tem é feito a partir da agência das próprias pessoas em resistência à perseguição da própria da própria prefeitura, da câmara, dos espaços políticos institucionais da cidade”, conclui.

Os corpos e a conexão com o meio ambiente

A respeito da temática do evento, “População LGBTQIA+ na Luta por Justiça Ambiental”, o representante do Bloco, Winny, declarou que a expectativa para esse ano é muito especial porque a temática do desfile de carnaval de 2024 coincidiu com a da Parada. “O Afro Kizomba Levou para a Beiramar o tema “Saberes dos nossos Kintais: tecnologias ancestrais”, que é pensar essa relação com a terra, com a natureza, com saberes tradicionais, como uma forma de construir potência de vida. Então um corpo preto que se conecta com a natureza, com saberes que a gente carrega há muitos séculos e que faz a gente enxergar um futuro, uma existência mais potente, e eu acho que isso se conecta com a questão ambiental da Parada.”

Winny também prometeu um “desfile bem verde e bonito, festejando essa conexão entre esse corpo, que se conecta com a terra, que faz parte dele, que não se separa da floresta, da água, dos ventos, do fogo, da energia do axé, que a gente quer levar para o domingo”.

A 12ª Parada LGBTQIA+ de Vitória não é apenas uma festa, mas um espaço para a reflexão e a celebração da diversidade e da justiça. Com uma programação repleta de talentos locais e uma mensagem forte, o evento deste ano promete ser um testemunho do impacto positivo da música na luta pelos direitos LGBTQIA+.

Abaixo, imagens da apresentação do Bloco Afro Kizomba durante o Carnaval de 2024:

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Carnaval de Vitória 2024 | @afrokizomba

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Respeito e amor nascem dentro de casa: conheça o grupo que reúne mães e pais de pessoas LGBT https://oleque.com.br/2024/07/25/respeito-e-amor-nascem-dentro-de-casa-conheca-o-grupo-que-reune-maes-e-pais-de-pessoas-lgbts/ https://oleque.com.br/2024/07/25/respeito-e-amor-nascem-dentro-de-casa-conheca-o-grupo-que-reune-maes-e-pais-de-pessoas-lgbts/#respond Thu, 25 Jul 2024 14:40:30 +0000 https://oleque.com.br/?p=44

Por Ana Elise Camporês e Emilly Rocha

Estar inserido em um ambiente familiar que proporcione liberdade e aconchego é o sonho de todas as pessoas da comunidade LGBT. No entanto, essa realidade não é a mais comum. A rejeição e a discriminação começam, com grande frequência, dentro do próprio lar. O desrespeito e a falta de apoio da família colocam pessoas da comunidade em situações de vulnerabilidade, seja pela carência de amor e aceitação, ou, em casos mais graves, pela expulsão do seio familiar e corte de vínculo.

Apesar do cenário ainda desanimador, existe uma parcela de mães e pais de pessoas LGBT que estão navegando por um caminho contrário: o do amor e respeito. Exemplo disso é a Associação Mães pela Diversidade. O coletivo, que nasceu em 2014 através da união de mães preocupadas com a violência e com o preconceito contra seus filhos e filhas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, hoje reúne mães e pais de crianças, adolescentes e adultos LGBTQIA +.

Apesar de ter surgido em São Paulo, a organização não governamental foi se expandindo pelo país e hoje tem atuação em todos os estados da federação. Como forma de horizontalização da gestão da associação, cada estado possui uma coordenadoria, ou seja, um ponto focal do coletivo na localidade. No Espírito Santo, esse papel é exercido pela professora de história aposentada Mônica Alves.

Desde que teve o primeiro contato e entrou no grupo, cerca de sete anos atrás, Mônica já assumiu o cargo de coordenadora. Ela lembra como conheceu o ‘Mães’:

“Meu filho, que é LGBT, há alguns anos atrás, acho que em 2017, me falou sobre um grupo no Facebook que era o Mães pela Diversidade. Eu entrei nesse grupo, comecei a ler as postagens e mandei uma mensagem dizendo que eu tinha interesse em participar. Quando eu conversei com a presidente ela logo me disse que o coletivo estava precisando de uma coordenadora no Espírito Santo e questionou se eu topava esse desafio e eu logo topei”, lembrou a professora.

Mônica Alves em audiência pública sobre os desafios das políticas públicas para a população LGBTQIA+ em 2023. Foto: Victor Thomé/Ales

Em conversa, a coordenadora repassou a trajetória de atuação do grupo no estado, desde o momento em que os encontros aconteciam aos sábados em uma escola de Vila Velha, passando pelo período de incertezas políticas em 2018, que as mães se sentiam intimidadas pelas falas discriminatórias do ex-presidente Jair Bolsonaro e por isso decidiram se reunir de forma mais reclusa, no prédio da casa de Mônica. Logo após, o Governo do Estado cedeu a Casa dos Direitos para a realização de reuniões e eventos.

“Acolher pais e mães de pessoas LGBTS que possam não compreender a orientação sexual e a identidade de gênero de seus filhos, filhas e filhes.” Foi assim que a coordenadora Mônica definiu o principal objetivo do coletivo. “Nossa primeira tarefa é explicar pra eles esses termos, através do acolhimento. Alguns pais chegam muito perdidos e sem saber o que fazer, principalmente os pais de pessoas trans”, acrescentou.

Esse não é o caso de Eliane Modenesi. A aposentada é mãe do estudante José Luís Modenesi. José, homem trans de 22 anos, afirma que as conversas com a mãe acerca da sua sexualidade e identidade de gênero, desde o princípio, sempre foram muito tranquilas.

“Minha mãe sempre tratou isso como uma coisa normal, era como se eu estivesse apenas contando uma boa nova da minha vida pra ela. Ela tem zero questões em relação ao tema, não teve dificuldade para entender e trata como um movimento super natural, da natureza humana mesmo”.

Sempre uma grande apoiadora do filho, Eliane não pensou duas vezes antes de aceitar o convite de José para participar de um encontro promovido pelo coletivo em 2023. “Eu já seguia e acompanhava o ‘Mães pela Diversidade’ pelo Instagram. Depois de um tempo meu filho me convidou para ir a um encontro e depois disso eu passei a participar do grupo aqui no estado. Estou sempre atenta às oportunidades de participar de eventos promovidos”, afirmou.

Para ela, seria muito importante se todas as mães de pessoas da comunidade LGBT pudessem ter acesso ao coletivo, já que são nesses momentos que uma mãe apoia e aconselha a outra. “Esse encontro é um local onde você vai trocar experiências, vai falar de amor, vai falar de respeito, vai inspirar. Uma mãe vai inspirar a outra, né? Cada uma com a sua história, cada uma com a sua luta, com a sua batalha. E essa troca de experiência, ela é encorajadora. Ela faz com que você se sinta mais livre para estar lutando pela dignidade, por amor, por respeito para os seus filhos.”

Eliane Modenesi e seu filho José Luís em um encontro do coletivo Foto: arquivo pessoal

MÃES UNIDAS NA CELEBRAÇÃO DA DIVERSIDADE

Uma das formas de endossar a luta pelos direitos LGBT e celebrar a diversidade é por meio da promoção de eventos que reúnam esse público e os apoiadores da causa para dar amplitude à batalha e celebrar o orgulho. Exemplo disso são as famosas paradas LGBT, que acontecem ao redor de todo mundo e têm como foco central a exaltação do amor.

E a Grande Vitória não fica de fora. Este ano, pela 12ª vez, a Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Gold) irá realizar a Parada LGBTQIAPN+ de Vitória. Na edição de 2024, a parada traz como tema a luta pela justiça ambiental. Nas redes sociais, a Associação Gold relatou que a escolha do tema é “sobre garantir que todas as pessoas, independentemente de sua identidade, tenham acesso igualitário a um meio ambiente saudável”. 

A parada irá acontecer no próximo domingo (28) e tem previsão de iniciar com concentração no bairro Vila Rubim e seguir até o Sambão do Povo, onde se apresentarão diversas atrações. Cumprindo seu propósito de luta, as mães que participam do grupo ‘Mães pela Diversidade” no estado estarão presentes na parada para reforçar a luta dos filhos, filhas e filhes.

Mas essa não é a primeira vez. De acordo com a coordenadora Mônica Alves, no ano passado, o coletivo foi responsável por abrir a manifestação. Além disso, as mães do grupo também costumam marcar presença em paradas de outros municípios do estado. “O ‘Mães’ sempre participa. A gente vai em outras também. Já participamos em Anchieta, já participamos em Vila Velha, fomos a Marataízes… A gente, sempre que pode, vai”.

E essa já é uma cena comum em todos os estados que realizam paradas de orgulho LGBTQIAPN+. Confira o vídeo abaixo!

No último mês de junho, vestidas de verde e amarelo, as mães do coletivo ampliaram um grito em São Paulo, “verás que a tua mãe não foge à luta” como forma de reforçar a luta para que o preconceito e a violência contra seus filhos seja cada vez menor. É isso que Eliane Modenesi irá fazer. A aposentada, que reside no município de João Neiva, irá viajar até Vitória para participar do evento junto com o filho.

“Fico realizada em poder participar desse momento e em mostrar que a luta para acabar com o preconceito tem que ser constante. Fazer isso ao lado do meu filho é a representação de que o amor sempre deve estar em primeiro lugar nas nossas vidas”, afirmou Modenesi, que ainda contou que irá no evento usando a camiseta do grupo junto com o filho.

Camisa que Eliane Modenesi usará na 12ª Parada LGBTQIA+ de Vitória | Arquivo pessoal

Para José, estar no ato junto com a mãe significa concretizar um apoio. “Embora eu já tenha entendido e vivido esse apoio desde o começo, na parada nós estaremos juntos lá caminhando com o ‘Mães pela diversidade’ e é basicamente mostrar para as outras pessoas, olha que legal minha mãe aqui comigo. Tenho certeza que vai ser uma experiência muito marcante”, disse.

Ele reforça a importância desse apoio na batalha contra a LGBTfobia, para todas as pessoas que fazem parte da sigla, mas principalmente para pessoas trans. “Quando a minha mãe, geradora da minha vida, que é a pessoa mais importante na minha existência, se coloca como a minha principal apoiadora diante de todo mundo, sem titubear, as outras pessoas se sentem acanhadas pelo tamanho desse suporte e entendem que não têm o direito de serem preconceituosas”, observou. 

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